Atalho: 5H3L8LV
Gostou do artigo? Compartilhe!

The Lancet: dapagliflozina em diabéticos tipo 2 que têm controle glicêmico inadequado com metformina, uma alternativa ao tratamento

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie esta notícia

A dapagliflozina, um inibidor seletivo do co-transportador renal1 de sódio-glicose2 (SGLT2), reduz a reabsorção renal1 de glicose2 pelo rim3, aumentando a excreção urinária de glicose2 de uma maneira não dependente da insulina4. O estudo, publicado no The Lancet, avaliou a eficácia e a segurança do uso da dapagliflozina em pacientes diabéticos tipo 2 que não apresentavam controle glicêmico adequado com o uso de metformina5.

O estudo (multicêntrico, randomizado6, controlado por placebo7) envolveu 546 adultos com diabetes tipo 28 que recebiam diariamente metformina5 em dose igual ou superior a 1500 mg e mantinham um controle inadequado da glicemia9. Eles foram randomizados para receberem uma das três doses de dapagliflozina, por via oral, uma vez ao dia:

  • 2,5 mg (n=137).
  • 5 mg (n=137).
  • 10 mg (n=135).
  • ou placebo7 (n=137).

Os pacientes continuaram recebendo a dose de metformina5 que usavam antes do estudo.

Na vigésima quarta semana de acompanhamento houve redução média nos níveis de hemoglobina glicosilada10 (HbA1C11) em:

  • 0,30% no grupo recebendo placebo7.
  • 0,67% no grupo recebendo 2,5 mg de dapagliflozina.
  • 0,70% no grupo recebendo 5,0 mg de dapagliflozina.
  • 0,84% no grupo recebendo 10,0 mg de dapagliflozina.

Os sintomas12 de hipoglicemia13 foram semelhantes em todos os grupos recebendo dapagliflozina (2-4%) e no grupo recebendo placebo7 (3%).

Os resultados mostram que a dapagliflozina é uma alternativa terapêutica14 a ser associada à metformina5 no tratamento de diabéticos tipo 2 que mantêm níveis glicêmicos inadequados com o uso deste último medicamento.

A dapagliflozina parece também acelerar a perda de peso em diabéticos e reduzir a pressão arterial15. Por outro lado, pacientes em uso desta medicação podem ter um risco maior de infecções16 genitais e urinárias.

Fonte: The Lancet, volume 375, de 26 de junho de 2010.

NEWS.MED.BR, 2010. The Lancet: dapagliflozina em diabéticos tipo 2 que têm controle glicêmico inadequado com metformina, uma alternativa ao tratamento. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/60987/the-lancet-dapagliflozina-em-diabeticos-tipo-2-que-tem-controle-glicemico-inadequado-com-metformina-uma-alternativa-ao-tratamento.htm>. Acesso em: 18 abr. 2024.

Complementos

1 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
2 Glicose: Uma das formas mais simples de açúcar.
3 Rim: Os rins são órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
4 Insulina: Hormônio que ajuda o organismo a usar glicose como energia. As células-beta do pâncreas produzem insulina. Quando o organismo não pode produzir insulna em quantidade suficiente, ela é usada por injeções ou bomba de insulina.
5 Metformina: Medicamento para uso oral no tratamento do diabetes tipo 2. Reduz a glicemia por reduzir a quantidade de glicose produzida pelo fígado e ajudando o corpo a responder melhor à insulina produzida pelo pâncreas. Pertence à classe das biguanidas.
6 Randomizado: Ensaios clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção. Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo. Em geral, um dos grupos é considerado controle – o que algumas vezes pode ser ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
7 Placebo: Preparação neutra quanto a efeitos farmacológicos, ministrada em substituição a um medicamento, com a finalidade de suscitar ou controlar as reações, geralmente de natureza psicológica, que acompanham tal procedimento terapêutico.
8 Diabetes tipo 2: Condição caracterizada por altos níveis de glicose causada tanto por graus variáveis de resistência à insulina quanto por deficiência relativa na secreção de insulina. O tipo 2 se desenvolve predominantemente em pessoas na fase adulta, mas pode aparecer em jovens.
9 Glicemia: Valor de concentração da glicose do sangue. Seus valores normais oscilam entre 70 e 110 miligramas por decilitro de sangue (mg/dl).
10 Hemoglobina glicosilada: Hemoglobina glicada, hemoglobina glicosilada, glico-hemoglobina ou HbA1C e, mais recentemente, apenas como A1C é uma ferramenta de diagnóstico na avaliação do controle glicêmico em pacientes diabéticos. Atualmente, a manutenção do nível de A1C abaixo de 7% é considerada um dos principais objetivos do controle glicêmico de pacientes diabéticos. Algumas sociedades médicas adotam metas terapêuticas mais rígidas de 6,5% para os valores de A1C.
11 HbA1C: Hemoglobina glicada, hemoglobina glicosilada, glico-hemoglobina ou HbA1C e, mais recentemente, apenas como A1C é uma ferramenta de diagnóstico na avaliação do controle glicêmico em pacientes diabéticos. Atualmente, a manutenção do nível de A1C abaixo de 7% é considerada um dos principais objetivos do controle glicêmico de pacientes diabéticos. Algumas sociedades médicas adotam metas terapêuticas mais rígidas de 6,5% para os valores de A1C.
12 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
13 Hipoglicemia: Condição que ocorre quando há uma queda excessiva nos níveis de glicose, freqüentemente abaixo de 70 mg/dL, com aparecimento rápido de sintomas. Os sinais de hipoglicemia são: fome, fadiga, tremores, tontura, taquicardia, sudorese, palidez, pele fria e úmida, visão turva e confusão mental. Se não for tratada, pode levar ao coma. É tratada com o consumo de alimentos ricos em carboidratos como pastilhas ou sucos com glicose. Pode também ser tratada com uma injeção de glucagon caso a pessoa esteja inconsciente ou incapaz de engolir. Também chamada de reação à insulina.
14 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
15 Pressão arterial: A relação que define a pressão arterial é o produto do fluxo sanguíneo pela resistência. Considerando-se a circulação como um todo, o fluxo total é denominado débito cardíaco, enquanto a resistência é denominada de resistência vascular periférica total.
16 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
Gostou do artigo? Compartilhe!

Complementos

01/07/2010 - Complemento feito por marcos
Re: The Lancet: dapagliflozina em diabéticos tipo 2 que têm controle glicêmico inadequado com metformina, uma alternativa ao tratamento
É sempre bom lembrar que o controle adequado da glicemia em diabéticos tipo II, ou que não são insulino dependentes, passa,NECESSARIAMENTE, por novos hábitos de vida, que devem estar associados com o tratamento farmacológico,esses hábitos incluem uma alimentação mais adequada,com a ingestão de quantidades menores de carbohidratos simples, que são de fácil matabolização, caem rápido na circulação e por encontrarem resistência das células do organismo em penetrarem em seu interor para se degradado e liberado energia, acabam por continuarem na circulação , aumentando a glicemia, então , medicamentos, dieta adequada e atividade física-que serve de estímulo para a queima da glicose circulante, é a base para um tratamento de sucesso!

  • Entrar
  • Receber conteúdos