Expansão clonal de mutações do Plasmodium falciparum, causador da malária, provoca resistência ao tratamento da doença em Ruanda
A resistência à artemisinina no tratamento da malária (depuração retardada do P. falciparum após terapia combinada1 à base de artemisinina) está disseminada no sudeste da Ásia, mas até o momento não foi relatada na África.
Em novo estudo publicado na revista Nature Medicine, pesquisadores genotiparam o domínio do propulsor do P. falciparum K13 (Pfkelch13), no qual mutações podem mediar a resistência à artemisinina, em amostras de pré-tratamento coletadas de ensaios de eficácia recentes de diidroarteminisina-piperaquina e artemeter-lumefantrina em Ruanda.
Enquanto as taxas de cura foram >95% em ambos os braços de tratamento, a mutação2 R561H do Pfkelch13 foi identificada em 19 de 257 (7,4%) pacientes em Masaka. A análise filogenética revelou a expansão de uma linhagem indígena R561H. A edição do gene confirmou que esta mutação2 pode conduzir à resistência à artemisinina in vitro.
Este estudo fornece evidências para o novo surgimento de resistência à artemisinina mediada pelo Pfkelch13 em Ruanda, potencialmente comprometendo o sucesso contínuo da quimioterapia3 antimalárica na África.
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Fonte: Nature, publicação em 03 de agosto de 2020.