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Propósito de vida pode ajudar na manutenção de funções físicas de idosos, publicado pelo JAMA Psychiatry

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Ter objetivos mais elevados na vida está associado a menor probabilidade de queda objetiva nas funções físicas? Esta é uma dúvida que os pesquisadores da Harvard T.H. Chan School of Public Health, em Boston, Massachusetts, tentaram solucionar em um estudo publicado online pelo JAMA Psychiatry.

No estudo de coorte1 longitudinal de adultos com idade superior a 50 anos, que estavam com suas funções físicas normais no início da pesquisa, para cada aumento de 1-DP (um desvio padrão) no propósito de vida houve associação com diminuição de 13% no risco de desenvolver força de preensão mais fraca e 14% de diminuição no risco de desenvolver um ritmo mais lento de caminhada quatro anos após.

Saiba mais sobre "Caminhada" e "Depressão".

A força de preensão foi avaliada usando dinamômetro2 de mão3 Smedley e a velocidade de caminhada foi avaliada pedindo aos entrevistados para caminharem 2,5 metros em seu ritmo normal de caminhada.

Neste estudo, na linha de base, 4.486 adultos tiveram escores de preensão indicando uma função adequada (2.665 mulheres e 1.821 homens, idade média [DP], 63,0 [8,2] anos) e 1.461 adultos apresentaram pontuação de caminhada indicando função adequada (801 mulheres e 660 homens, idade média [SD], 70,8 [6,5] anos).

Após o controle de fatores sociodemográficos, cada aumento de 1-DP no propósito de vida foi associado a um risco diminuído de 13% (IC 95% de 1% -23%) de desenvolver força de preensão fraca e 14% de risco diminuído (IC 95% de 8% -20%) de desenvolvimento de velocidade de caminhada mais lenta. As associações com a velocidade de caminhada foram mantidas em todos os modelos covariáveis (modelo totalmente ajustado: razão de risco, 0,89; IC 95%, 0,83-0,95), mas as associações com força de preensão não atingiram níveis convencionais de significância estatística depois de ajustar adicionalmente os fatores relevantes de saúde4 da linha de base, sintomas5 depressivos e comportamentos de saúde4 (modelo totalmente ajustado: índice de risco, 0,91; IC 95% de 0,80-1,04).

Concluiu-se que o propósito de vida foi potencialmente associado a um menor risco de desenvolver força de preensão fraca e velocidade de caminhada mais lenta, embora os achados tenham sido mais robustos para a velocidade de caminhada do que para a força de preensão.

Esses achados sugerem que ter senso de propósito na vida, um fator modificável, pode desempenhar um papel importante na manutenção da função física entre adultos mais velhos. O propósito já foi associado a uma série de comportamentos saudáveis de saúde4 e processos biológicos que são potencialmente protetores contra o declínio da função física.

Leia sobre "Envelhecimento saudável", "Exercite seu cérebro6", "Sete passos para um coração7 saudável" e "Prevenção do câncer8".

 

Fonte: JAMA Psychiatry, publicação online em 16 de agosto de 2017

 

NEWS.MED.BR, 2017. Propósito de vida pode ajudar na manutenção de funções físicas de idosos, publicado pelo JAMA Psychiatry. Disponível em: <https://www.news.med.br/p/medical-journal/1302158/proposito-de-vida-pode-ajudar-na-manutencao-de-funcoes-fisicas-de-idosos-publicado-pelo-jama-psychiatry.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.

Complementos

1 Estudo de coorte: Um estudo de coorte é realizado para verificar se indivíduos expostos a um determinado fator apresentam, em relação aos indivíduos não expostos, uma maior propensão a desenvolver uma determinada doença. Um estudo de coorte é constituído, em seu início, de um grupo de indivíduos, denominada coorte, em que todos estão livres da doença sob investigação. Os indivíduos dessa coorte são classificados em expostos e não-expostos ao fator de interesse, obtendo-se assim dois grupos (ou duas coortes de comparação). Essas coortes serão observadas por um período de tempo, verificando-se quais indivíduos desenvolvem a doença em questão. Os indivíduos expostos e não-expostos devem ser comparáveis, ou seja, semelhantes quanto aos demais fatores, que não o de interesse, para que as conclusões obtidas sejam confiáveis.
2 Dinamômetro: 1. Em medicina, é um aparelho usado para medir a força muscular. 2. Em física, é um instrumento que mede forças diretamente da deformação por elas causada num sistema elástico.
3 Mão: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
4 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
5 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
6 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
7 Coração: Órgão muscular, oco, que mantém a circulação sangüínea.
8 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
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